quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pilates contra a Incontinência Urinária


   A Associação Internacional de Incontinência Urinária define a Incontinência Urinária (IU) como perda involuntária de urina, transtorno desconfortavelmente constrangedor a ponto de muitas pessoas não procurarem ajuda.


   A IU atinge ambos os sexos, porém o sexo feminino aponta uma maior porcentagem, segundos estudos, isso se deve pela mulher apresentar em sua anatomia um orifício a mais que os homens (o canal vaginal), a pelve mais alargada e a parede da musculatura esfincteriana menor que a masculina. Esses fatores tornam a musculatura da mulher mais delicada e assim mais suscetível a IU, contudo a ocorrência no sexo masculino se deve na maioria das vezes pós-cirurgia na região pélvica ou a patologias neurológicas.  Quanto à faixa etária, de crianças a adultos, ninguém se livra da possibilidade, porém as 5ª e 6ª décadas de vida apresentam maior índice, 15% a 30% das mulheres acima de 60 anos perdem a urina incontrolavelmente.

   A IU pode ter várias causas, como sedentarismo somado ao trabalho sentado por demasiadas horas, a gravidez, o parto, tratamento de câncer de próstata, diminuições de hormônios femininos na menopausa, patologias neurológicas como Parkinson e lesões medulares, entre outras.

   São três, os tipos mais incidentes de IU:

·    Incontinência Urinária de Esforço: relacionada ao comprometimento (fraqueza ou frouxidão) da musculatura dos esfíncteres ou assoalho pélvico, ocorre durante o esforço, como: tosse, espirro, riso, atividade física.


·       Incontinência Urinária de Urgência: relacionada a contrações inadequadas do músculo detrusor (responsável pela contração da bexiga para expulsar a urina) durante a fase de armazenamento da urina. É mais grave do que a de esforço e caracteriza-se pela vontade súbita de urinar em meio a atividades diárias e normalmente o indíviduo perde urina antes de chegar ao banheiro.

·           Incontinência Mista: resultante da associação entre os dois tipos citados acima, sendo seu sintoma mais importante a incapacidade de controlar a perda de urina pela uretra.

   E três tipos menos ocasionais: Incontinência de Sobrefluxo – o excesso de urina na bexiga sai involuntariamente; Incontinência de Gotejamento pós-miccional – causado por disfunção do esfíncter e Enurese Noturna nas crianças – devido a um estado emocional de insegurança, por exemplo, ou inflamação da bexiga.

   A avaliação para a diagnóstico de qual tipo é a IU, é o passo mais importante para o tratamento eficaz. O médico urologista/ uroginecologista tem que fazer uma avaliação clínica criteriosa e em alguns casos faz-se também o exame urodinâmico, que é pouco invasivo e registra a ocorrência de contrações vesicais e a perda da urina por esforço.

   Cada tipo, portanto, terá uma forma de tratamento, em suma, a IU por Esforço pode ser tratada cirurgicamente e com exercícios Fisioterápicos com o objetivo de fortalecer a musculatura do assoalho pélvico. A IU de Urgência é tratada de forma Farmacológica Fisioterápica. Os fármacos consistem em cápsulas com substâncias anticolinérgicas que evitam a contração vesical, podem ser recomendados pela vida toda e causam alguns efeitos colaterais, como boca seca, obstipação e rubor facial. A Fisioterapia assim como na IU por Esforço, tem o objetivo de fortalecer a musculatura esfincteriana. Também pode ser recomendado da IU de Urgência o tratamento psicológico, já que existem estudos que comprovam a associação de estados de estresse e ansiedade a disfunções miccionais.

   Como o  Método Pilates tem entre os seus objetivos fortalecer a musculatura do CORE – musculatura do assoalho pélvico e centro do corpo (oblíquos, transverso do abdômen, reto abdominal, multífidos, quadrado lombar e glúteos), estudos comprovam a eficácia do método do tratamento da IU. Entre os importantes princípios do Pilates, está a RESPIRAÇÃO, esta deve ser sempre muito bem observada pelo instrutor em todos os casos, sobretudo nos pacientes com IU, já que um erro comum durante a execução de exercícios – a manobra de valsava (prender a respiração durante a tarefa) aumenta a pressão intra-abdominal gerando uma maior sobrecarga do assoalho pélvico.



   Mas como toda e qualquer patologia não podemos deixar de falar sobre a importância da Prevenção. Ainda faltam estudos embasados que estabeleça o que realmente funciona, de qualquer forma, é importante evitar a obesidade e alto ganho de peso durante o período gestacional. Além de evitar ao máximo o sedentarismo, entre as variadas opções de atividades físicas propostas no mercado, você tem como opções o Pilates, o Treinamento Funcional e Exercícios Fisioterápicos que focam no fortalecimento do CORE, que comprovadamente diminuem a frequência urinaria, a urgência miccional e perdas urinárias por esforço.

  Portanto, Não é normal ter Incontinência Urinária em nenhuma idade, nem em idosos. Muitas vezes a IU se torna mais um problema social do que físico, não é uma patologia inevitável, quando assistida, a qualidade de vida do paciente com certeza é melhorada. Procure um Médico!